Em 3 de novembro de 1957, a cadela Laika se tornava o primeiro animal da Terra a ser colocado em órbita. A bordo da nave soviética Sputnik 2, ela morreu horas depois do lançamento, mas entrou para a história da corrida espacial.
Os primeiros seres multicelulares no espaço foram moscas-das-frutas lançadas por americanos. Depois, macacos foram colocados em foguetes. Contudo, nenhum deles chegou a um voo orbital, ao contrário de Laika.
A Sputnik 2 era a segunda espaçonave a orbitar o planeta – a primeira Sputnik foi lançada em 4 de outubro do mesmo ano e levava o satélite de mesmo nome. A nave que levou Laika tinha forma de cone, 4 m comprimento e uma base de 2 m de diâmetro. Continha diversos instrumentos científicos e um sistema de controle de temperatura. A cadela ficava em uma cabine separada do equipamento e selada.
Um sistema de telemetria mandava dados de engenharia e de biologia durante 15 minutos por órbita. Dois espectrômetros mediam a radiação solar e outros raios cósmicos. Uma câmera de televisão era usada para observar Laika.
Laika
O animal condenado a ir ao espaço era uma vira-lata de 6 kg de nome Kudryavka. Depois, os soviéticos decidiram renomeá-la como Laika. Sua cabine tinha espaço para ela ficar deitada ou em pé. Comida e água eram providenciadas em forma de gelatina. Ela tinha eletrodos para monitorar seus sinais vitais. Os primeiros dados da telemetria mostraram que ela estava agitada, mas comia a ração.
Os soviéticos nunca planejaram trazer Laika de volta. Eles providenciaram oxigênio suficiente para ela viver por angustiantes 10 dias. A verdade sobre quanto tempo ela sobreviveu e qual foi a causa da morte só veio à tona em 2002. Dimitri Malashenkov, do Instituto para Problemas Biológicos, em Moscou, afirmou em um congresso nos Estados Unidos que a cadela sobreviveu por poucas horas após o lançamento. Laika foi escolhida entre 10 cachorros por ser considerada mais sociável. Ela aprendeu a suportar vibrações, falta de gravidade e o espaço reduzido da nave.
Apesar de toda a preparação, ela morreu devido a uma combinação de superaquecimento e pânico. Em 14 de abril de 1958, após 162 dias em órbita, a Sputnik 2 se desintegrava na reentrada na atmosfera. Quatro anos antes do anúncio de Malashenkov, o ex-diretor do programa soviético para envio de animais ao espaço no anos 50, Oleg Gazenlo, disse se arrepender de ter enviado Laika ao espaço, pois eles haviam condenado a cadela a uma morte certa.
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